domingo, 8 de maio de 2016

Os 5 Sonhos de qualquer rapaz...

De tempos a tempos, todos nos lembramos de como as coisas eram na nossa adolescência. Tal não sendo sinónimo de que a vida em adulto seja desprovida de interesse, para a maioria daqueles que tiveram uma juventude feliz, como eu tive, recordar tais momentos distantes é sempre um agradável exercício de nostalgia.
Quando eu era míudo queria ser um herói. Não interessava a farda, nem as aptidões, nem os meios. Ser um herói era tudo o que um jovem da minha idade poderia desejar. Na minha inocente adolescência não existiam bens materiais que me interessassem assim tanto. Havia a televisão, existiam dois canais, e eram estes os conteúdos suficientes para satisfazer o meu tempo.

Depois existiam as séries e os filmes, com todas as suas quiméricas personagens que nos davam a ilusão de serem reais, que aquelas coisas aconteciam mesmo. Naves que voavam pelo espaço ou carros que falavam, eram algumas das coisas que seduziam a minha imaginação pelo desejo de que, quando fosse grande, também as desejaria para mim. Que me lembre, eram pelo menos 5 as minhas "prioridades"..



Ser um Cowboy
A vida no Oeste americano não era fácil. Dificilmente se evitava o confronto com Apaches no meio da pradaria, entre outros perigos inerentes a uma qualquer odisseia montada a cavalo. Mesmo o simples jogar às cartas num saloon era um caso sério de virilidade: tais locais nem sempre bem frequentados, onde a susceptibilidade de um confronto surgir a partir de uma má cartada ou um simples olhar de soslaio eram uma realidade corrente.
Qualquer bom Western tinha obrigatoriamente quatro regras: uma boa e indispensável briga num saloon, um xerife comprometido ou cobarde, um solitário desconhecido obrigado a salvar uma cidade e uma linda donzela em apuros, frequentemente viúva por imposição do vilão.



Impressionar uma mulher
Pilotar um avião era um dos muitos actos heróicos à disposição na imaginação de um rapaz que pretendesse impressionar o sexo oposto. De imensurável beleza a inatingível aproximação, o sexo feminino representava para a maioria dos rapazes (e continua a representar) o Santo Graal; o seu olhar de admiração absorvido pelas nossas façanhas era a maior razão da própria existência. Claro que situações que envolvessem paralelamente a salvação da humanidade eram bem-vindas. Um dos actores que maior cartilha de talentos apresentava nesse campo era sem dúvida Tom Cruise  no filme Top Gun, por exemplo – embora nunca tivesse sido actor que me despertasse admiração, talvez pelas personagens demasiado presunçosas que interpretava.



Vestir como o Sonny Crockett (Miami Vice)
No "meu tempo" o que não faltava em horário nobre eram as séries policiais. Algumas mais sérias que outras, mas a que me cativava mais era sem dúvida a Miami Vice. A narrativa decorria na glamourosa cidade de Miami, onde dois detectives cheios de estilo – interpretados por Don Johnson (Sonny Crockett) e Philip Michael Thomas (Ricardo Tubbs) se passeavam de Ferrari e prendiam traficantes, ao som de uma brilhante banda sonora produzida por dois dos maiores ícones musicais: Jan Hammer e Phil Collins. O estilo dos dois agentes marcou não apenas o padrão de cores dos anos 80 (num estilo que hoje se poderia definir como Casual Chic), como também me fez sonhar com tais indumentárias. Infelizmente nunca fui a tempo.



Ter a atitude Heterosexual de George Michael
George Michael foi para mim e para muitos um dos melhores cantores de sempre. Lembro-me da sensação que tive quando ví pela primeira vez um video-clip seu – uma música chamada Father Figure – e quanto considerei ideal aquele cenário a preto e branco: conduzir um táxi à noite com óculos escuros, brinco na orelha, a fumar um cigarro, enquanto transportamos uma Top Model no banco de trás que nos contempla fortuitamente pelo espelho retrovisor, não é para todos. Podia ser este definitivamente o sonho de qualquer taxista. Mesmo não desejando tal profissão, também para mim o foi.



Ter o emprego de Tom Hanks no filme "Big"
Pedir a realização de um sonho a uma máquina de desejos e acordar no dia seguinte no corpo de um adulto, podendo trabalhar numa empresa de brinquedos e ter uma casa enorme só para mim, era por sí motivos que justificavam o deslumbramento. Embora sem gozar do sucesso comercial de outros filmes para adolescentes da altura, Big foi uma das obras que mais marcou a minha adolescência. Engraçado como em adultos sonhávamos tanto em ser grandes e ter sucesso.